Resumo
Nos últimos anos tem aumentado o número de supostos suplementos a base de óxido nítrico (NO). Embora ainda sem fundamentação científica satisfatória, poucos estudos sugerem que o NO participaria do processo de hipertrofia muscular esquelética, ainda que indiretamente. A suplementação de NO pode acarretar maior vasodilatação nos músculos estimulados, o que permite maior irrigação sanguínea e, posteriormente, elevação do aporte de aminoácidos para a síntese proteica. A proposta do estudo foi investigar se a inibição da síntese de NO através do NG-nitro-L-arginine methyl ester (L-NAME) e a suplementação com L-arginina, são capazes de modular a hipertrofia muscular esquelética. Ratos Wistar (n = 56), peso corporal entre 200-250g, foram aleatoriamente alocados em dez (10) grupos experimentais: controle sem ablação 7 dias (C7), controle ablação 7 dias (CA7), L-NAME sem ablação 7 dias (LN7), L-NAME ablação 7 dias (LNA7), L-arginina sem ablação 7 dias (LA7)), L-arginina ablação 7 dias (LAA7), controle sem ablação 21 dias (C21), controle ablação 21 dias (CA21), Larginina sem ablação 21 dias (LA21) e L-arginina ablação 21 dias (LAA21). Dois (2) grupos tratados com L-NAME (LN21 e LNA21) foram excluídos do estudo devido à alta taxa de mortalidade no momento da anestesia para a cirurgia de ablação. A indução de hipertrofia muscular foi realizada por meio de procedimento cirúrgico de ablação sinergista. O músculo sóleo foi utilizado para análises post mortem e para determinação da área de secção transversa (AST). O programa estatístico utilizado foi o Graphpad prisma 8, sendo os dados expressos por meio de média ± erro padrão da média (EPM). O nível de significância considerado para todas as variáveis foi 5%. Os resultados mostram que o peso corporal final e ganho de peso corporal apresentaram valores estatisticamente maiores nos grupos LA21 e LAA21 do que LA7 e LAA7, respectivamente. O peso total do músculo sóleo foi estatisticamente maior nos grupos LA21 e LAA21. No entanto, a AST, o perímetro e o diâmetro das fibras musculares foram similares entre os grupos. Em conclusão, o fármaco L-NAME não foi capaz de promover ou acarretar atrofia após 7 dias de administração, no entanto, a suplementação com L-arginina por 21 dias acarreta mudanças na composição corporal. Em adição, a suplementação da L-Arginina promove hipertrofia esquelética post mortem após o processo de tenotomia do músculo gastrocnêmio, sugerindo melhor resposta à ação do aminoácido Larginina após períodos prolongados de administração.