Resumo

Este ensaio, à luz das reflexões filosóficas de Merleau-Ponty, almeja compreender a dança como linguagem. É a partir da correlação entre percepção, historicidade e expressão que o filósofo visualiza proximidades entre arte e linguagem. Para compreender a conexão desses três elementos, situamos alguns acontecimentos no processo de desenvolvimento da dança ao logo do tempo, trazendo trabalhos de artistas da dança moderna e contemporânea. Trata-se de condição importante para percebemos que a dança nunca deixa de se transformar. Tal proposição nos faz compreender como as expressões não estão alheias ao tempo e se alimentam de suas próprias mobilidades. É pelos entrecruzamentos perceptivos que a expressão nunca conhece o fim, nunca se completa, havendo sempre mais por dançar. Abrir-se para a linguagem como realização de sentido, experiência de mundo, é fundamental para pensarmos possibilidades da experiência da dança como linguagem.

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