Resumo

O trabalho tem sofrido significativas transformações durante o percurso da humanidade, tendo o seu próprio sentido modificado. Torna-se, então, questionável até que ponto ele age na humanização do homem, ou ao contrário - se, no atual contexto social, ele pode contribuir para sua desumanização. Nesse contexto, o trabalhador com deficiência intelectual está sujeito, além dos aspectos de exploração e de alienação, aos constructos sobre a deficiência, com questionamento acerca de suas capacidades, sendo considerado incapaz de ocupar postos de trabalho que exijam funções mais elaboradas e complexas. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção do sujeito com deficiência intelectual sobre sua participação no mercado de trabalho. Dessa forma, duas pessoas com deficiência intelectual foram selecionadas para relatar suas experiências e percepções. Para a realização das entrevistas, foi utilizado o método História de Vida, e os dados foram analisados por meio de Temas Emergentes como: Trabalho como princípio de humanização e Trabalho como princípio de desumanização. Os temas emergidos foram interpretados segundo o ideário da teoria histórico-cultural, que considera o homem, independentemente de sua condição biológica, como um sujeito formado pelas e nas relações com o outro. Os resultados evidenciaram a importância do trabalho no desenvolvimento humano dos participantes que se realizaram profissionalmente e alcançaram conquistas que estão além do aspecto financeiro, abrangendo aquelas especificamente humanas. Os participantes deste estudo contrariaram o que era previsto pela sociedade de forma geral àqueles com deficiência intelectual e demonstraram que é possível se humanizar por meio do trabalho.

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