Resumo

Na tradição filosófica ocidental, quase todo saber corporal foi preterido ao conhecimento simbólico e racional. Questionando o modelo cartesiano e o corpo como objeto a ser disciplinado e adestrado, isto é, compreendendo o corpo como o campo expressivo que nos permite a condição humana de estar no mundo e assumindo que “os mecanismos neurais e cognitivos que nos permitem perceber e mover são os mesmos que criam nossos sistemas conceituais e modos da razão” (Greiner, 2005, p.45), fundamenta-se uma proposta de formação filosófica para profissionais do desporto, por meio de múltiplos caminhos que promovem aprendizagem e a compreensão, que integram pensar-sentir-agir, que instigam o estudantes a se reconhecerem Corpo. Ao assumir o desafio de uma educação na qual o corpo não seja considerado um acessório, subjugado à mente, mas referência essencial da complexa e indivisível estrutura humana, desde setembro de 2011, a disciplina de Fundamentos Filosóficos da Educação Física no IEFES/UFC vem sendo ministrada de forma inovadora. Os estudantes aventuram-se a experimentar corporalmente a Filosofia, promove-se o multiletramento. O processo avaliativo também rompe os modelos formais, os estudantes são desafiados a produzir trabalhos em diversas linguagens, inclusive performances. Vale destacar, que esta experiência formativa, já inspirou uma dissertação de mestrado e gerou a produção de um documentário (Bezerra, 2015), como ainda, instigou outra universidade brasileira a ampliar a maneira de ensinar filosofia do desporto, experiência esta, que se desdobrou numa dissertação de mestrado (Nova, 2016). Aprender de forma encarnada e sensível, na formação profissional, potencializa “outras” compreensões filosóficas do Desporto.

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