Resumo

A Escola de Aventuras é um projeto de extensão formalizado em 2014 (Processo 16331/14-DEX) organizado pelo Grupo de Estudos do Lazer (GEL/UEM/CNPq). O GEL foi fundado em 2000 pensando na pesquisa como ferramenta formativa de transformação (PIMENTEL, 2010). A partir de 2004, o grupo começou a desenvolver uma linha de pesquisa sobre Atividades de Aventura e, dado o volume de trabalhos acumulados a respeito dessa temática, desenvolveu procedimentos próprios para o ensino das modalidades skate, parkour, slackline e escalada, por entendê-las como cultura corporal que permite aos/as alunos/as a compreensão das modalidades propostas pelo projeto, assim como contribuem para que eles se reconheçam como sujeitos históricos e promotores da transformação social. Demonstramos que o conhecimento sobre a prática das atividades de aventura, por meio da organização coletiva de sua prática na escola e na comunidade, pode promover o desenvolvimento dos/as alunos/as. Em 2016, o projeto é convidado para se inserir na dinâmica escolar e ocupa um lugar na grade curricular do CAP como um tema gerador, se articulando ao ensino das disciplinas de Matemática, Línguas, Artes e Geografia. Assim, o projeto adquiriu um caráter multidisciplinar na escola. Nesse contexto, são realizadas aulas de atividades de aventura para os anos iniciais do Ensino Fundamental I duas vezes por semana. Para sua realização, o projeto conta com os bolsistas PIBIC-EM, integrantes do grupo GEL e alunos/as voluntários/as do curso de Educação Física (DEF/UEM). Esse estudo é caracterizado como pesquisa-ação, (THIOLLENT, 2005). As aulas ofertadas para cerca de 100 crianças dos anos iniciais do ensino fundamental I contemplavam a seguinte dinâmica: 1) planejamento, 2) seleção do material, 3) organização das atividades na escola, 4) buscar as crianças em sala, 5) parte inicial (acolhimento das crianças), 6) efetivação das atividades, 7) conclusão (apreender as percepções das crianças sobre as atividades), 8) retornar com as crianças para sala, 9) recolhimento do material e 10) produção de relatórios. As crianças vivenciavam duas modalidades diferentes em cada aula, distribuídas no tempo total de 50 minutos, uma vez por semana. As aulas foram elaboradas para atender o planejamento da escola de aventura de acordo com o calendário escolar. Partindo daí, dividimos as aulas em momentos diferentes:  Além da divisão supracitada, os planejamentos também contemplaram os seguintes elementos: a) conteúdo específico das modalidades; b) conteúdo articulador das modalidades com as disciplinas curriculares específicas; c) objetivo específico de cada aula; e d) o processo metodológico (identificação, instrumentalização e catarse). Em todos esses elementos esteve presente uma ação problematizadora. Os elementos que orientam o planejamento das aulas do projeto Escola de Aventura se apresentam como inovadores frente às estratégias pedagógicas, ora por sua teoria crítica em que o objetivo é oferecer aos/as alunos/as um saber produzido historicamente pela sociedade e entender a luta de classes; ora por apresentar um esporte que podemos considerar elitizado, já que os materiais têm um custo elevado e a sua prática não é comum nas escolas públicas; ou ainda, por promover uma transformação de conhecimento do senso comum para o conhecimento científico.

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