Sensibilidade na formação do professor: Experiências na educação física
Por Luciana Fiamoncini (Autor), Giovani De Lorenzi Pires (Autor).
Parte de Pesquisa e formação em Mídia - Educação Física . páginas 148 - 159
Resumo
Para discutir o tema da sensibilidade remete-se, inicialmente, à moderni-
dade como a era da eficiência, da racionalidade, da instrumentalização da soci-
edade e do ser humano, tendo consequências para a formação humana como o
embotamento da sensibilidade, e sua desvalorização como experiência forma-
dora. Diante disso, buscou-se a perspectiva de formação pautada a partir da
Bildung, termo alemão que se refere à autodescoberta, a autoformação. Então,
foi destacada a importância do desenvolvimento da sensibilidade na formação
humana pela experiência apontada por Larrosa (2002), que se refere “ao que
nos toca ou nos acontece” e, isso requer, nas palavras do autor...
Daí a importância de desenvolver a sensibilidade na formação humana
pela experiência, pela arte, pelo movimento. Pois, o movimento humano, pelo
se-movimentar, compreendido como possibilidade de diálogo com o mundo,
atribui significados nas relações que estabelece. O se-movimentar se dá de
modo subjetivo, possibilita a expressividade, a criatividade, a sensibilidade.
Os problemas vividos na formação cultural da sociedade se refletem na
formação institucional, formal, ou seja, na escola ou universidade. Exemplo dis-
so é a característica dos currículos, no Brasil, de predominância técnica e linear
em que o conhecimento é entendido de forma fragmentada, em disciplinas que
vão crescendo linearmente até concluir a formação. A formação acadêmica tem
se afirmado por meio de seus currículos pautados no conhecimento científico,
técnico, privilegiando um ensino marcado pela repetição, pelo aprimoramento
de gestos técnicos, do movimento objetivo com vistas aos resultados, à funcio-
nalidade, à eficiência, à rigidez.