Ser ou Não Ser Treinadora de Futsal? Ambiguidades na Trajetória de Formação de Estudantes de Educação Física
Por Hanele Ribeiro Covre (Autor), Gabriela Borel Delarmelina (Autor), Samara Ventureli Furtado (Autor), Mariana Zuaneti Martins (Autor).
Em III Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
Introdução: As mulheres têm sido sub-representadas em cargos de liderança esportiva. A literatura mostra que esse cenário se dá pelas diferentes barreiras que as mulheres enfrentam (PASSERO et al., 2020; LAVOI; DUTOVE, 2012; NOVAIS; MOURÃO, 2017). Visto que a literatura em geral está focada em estudos sobre mulheres que já são treinadoras, essa pesquisa está direcionada para o processo que antecede à escolha pela profissão. Objetivo: Analisar se as mulheres que fazem parte da comissão técnica de um projeto de futsal se reconhecem enquanto treinadoras. Metodologia: Pesquisa qualitativa na qual realizamos entrevistas semiestruturadas com cinco mulheres que atuam no projeto em questão (CAAE nº 49195421.5.0000.5542). Resultados: Todas as participantes identificaram em si mesmas características que elas consideram necessárias para exercer uma boa liderança, ainda assim apresentam resistência em se reconhecer como líderes, o que pode interferir também no reconhecimento com a profissão de treinadora. Seguir carreira como treinadora parece não fazer parte do projeto de vida das entrevistadas. Além de aparecer em segundo plano, algumas condições são necessárias para que a profissão seja considerada, como ter uma rede de apoio, poder se especializar mais na área antes de assumir o cargo e/ou treinar equipes a nível competitivo baixo ou nulo. Além disso, as participantes se mostram mais “abertas” a ocupar posições de menor visibilidade como preparadora física ou auxiliar técnica. Conclusões: Ter experiência de atuação em um ambiente formativo, no qual as participantes se sintam seguras, pode ter um papel fundamental na inserção delas na área do treinamento. No entanto, a falta de confiança e a falta de autoeficácia ainda se fazem presentes na prática delas, parecendo ser as principais barreiras que dificultam o reconhecimento com a profissão. Assim, a falta de reconhecimento parece estar relacionada a questões de gênero consequentes de experiências em contextos anteriores.