Resumo

Estudos disponíveis na literatura demonstram que a realização prévia de um exercício de endurance afeta de modo adverso o desempenho no exercício de força subseqüente. Tal ocorrência pode estar relacionada a mudanças metabólicas induzidas pelo exercício de endurance. O objetivo deste trabalho foi verificar se a ingestão de carboidrato (CHO) pode atenuar os efeitos de uma sessão aguda de exercício de endurance sobre o desempenho de força. A fim de testar essa hipótese, seis estudantes universitárias (164 ± 5,9cm; 64,9 ± 7,2kg), com experiência em treinamento de força, foram submetidas a um teste para a determinação do VO2pico (44 ± 4,3ml.min-1) e um teste de 1-RM para o leg press (186 ± 22,5kg) seguido de um teste de repetições máximas (duas séries de leg press realizado a 70% de 1-RM até exaustão 1ª série 21 ± 2,6 e 2ª série 11 ± 1,9 repetições) em dias diferentes. Seguindo um protocolo duplo-cego, os sujeitos foram submetidos a duas condições experimentais, recebendo uma bebida placebo (P) ou outra contendo carboidrato (6% - maltodextrina), antes (500ml) e durante (500ml) a realização de uma sessão de exercício de endurance (corrida em esteira 70% do VO2pico por 45 minutos). Em seguida ao exercício de endurance, os indivíduos realizaram um teste de 1-RM seguido pelo teste de repetições máximas. Não foram observadas mudanças no teste de 1-RM e na concentração plasmática de glicose entre as condições experimentais (P x CHO). O número de repetições máximas a 70%-1RM apresentou decréscimo nas duas situações (P 1ª série 13 ± 2,9 repetições e 2ª série 6 ± 2,1 repetições; CHO 1ª série 15 ± 2,5 repetições e 2ª série 7 ± 1,7 repetições, p < 0,05), não havendo diferença entre ambas. Uma sessão de exercício de endurance (intensidade moderada e longa duração) realizada previamente afeta de modo negativo a capacidade de realizar repetições máximas. Independente do mecanismo envolvido na redução do número de repetições máximas, o consumo de carboidrato foi incapaz de reverter esse efeito prejudicial

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