Resumo

Os transtornos alimentares (TA) mais comumente conhecidos são anorexia nervosa e bulimia nervosa. Achados científicos indicam prevalência de 1% para a anorexia nervosa e 4% para a bulimia nervosa na população geral. Alguns dos critérios diagnósticos destes TA são: baixa autoestima, traços obssessivo-compulsivos, sintomas depressivos, perfeccionismo, insatisfação corporal e comportamentos de risco para os TA (restrição alimentar por longos períodos, auto-indução de vômito, uso de laxantes/diuréticos/inibidores de apetite e exercício físico extenuante com o propósito de “queimar calorias”).

Mais especificamente, a prevalência de TA em atletas parece ser maior do que na população geral, embora existam controvérsias. Vale ressaltar, no entanto, que a etiologia dos TA pode não ser a mesma para os atletas. Existem diversos fatores intervenientes no desencadeamento de TA em atletas: insatisfação corporal, estilo de liderança do treinador, traços de personalidade, ansiedade competitiva, sintomas de burnout, entre outros. Achados demonstram que cerca de 25% dos atletas adotam os comportamentos de risco para os TA como medida para potencializar o desempenho, visto que os treinadores costumam associar a atenuação da massa corporal com a melhora do desempenho esportivo.

A adoção de comportamentos de risco para os TA pode comprometer sobremaneira o desempenho físico, dado que existem evidências de diminuição do desempenho aeróbio, em decorrência de diminuições no volume plasmático e na concentração de glicogênio muscular, bem como no desempenho anaeróbio, especialmente pela diminuição da concentração de tamponantes e redução da concentração de glicogênio muscular.

Em suma, faz-se necessário monitorar periodicamente a frequência de adoção dos comportamentos de risco para os TA nos atletas com a premissa de inibir a atenuação do desempenho esportivo. Uma vez identificado um atleta com alta frequência de comportamentos de risco para os TA, o mesmo deverá ser encaminhado para um psiquiatra e/ou psicólogo.

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