Resumo
Resumo: A Ginástica para Todos (GPT) é uma área de estudo relativamente recente no Brasil. Apesar de um aparente crescimento nos últimos anos, percebe-se, ainda, que há pouca divulgação e incentivo à prática em alguns setores sociais. Estudos indicam que há lacunas na formação inicial dos profissionais da área, possivelmente em razão de falhas na estruturação curricular (NUNOMURA, 2001; NUNOMURA; NISTA PICCOLO, 2003; BARBOSA-RINALDI, 2005; SILVA, 2015), e que a formação continuada específica parece ainda incipiente e assistemática. Assim, este estudo buscou diagnosticar e analisar como os(as) treinadores(as) que atuam na GPT têm trilhado a sua formação com o objetivo de trazer subsídios para o planejamento de programas e projetos que venham a colaborar com esse processo. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, que utiliza o método exploratório (de campo), e tem como ferramenta o questionário. O universo da pesquisa envolveu todos(as) os(as) profissionais que publicaram trabalhos sobre grupos de GPT e/ou que foram responsáveis por grupos que se apresentaram nos festivais do Fórum Internacional de Ginástica Geral/Ginástica para Todos ¿ FIGPT (2001 a 2018), e a amostra constitui-se de vinte e um(a) treinadores(as). Os dados advindos das questões fechadas foram tabulados e apresentados em forma de narrativas, quadros e gráficos; os das questões abertas foram analisados segundo a Análise de Conteúdo de Bardin (2011). Identificou-se que a formação inicial e continuada dos(as) treinadores(as) ainda parece ser insuficiente, com algumas lacunas nos currículos dos cursos de graduação e pouca oferta de cursos específicos por parte de órgãos responsáveis pelo fomento da Ginástica, sendo que o FIGPT parece ter um grande papel em sua formação continuada. Em relação à capacitação profissional, eles se valem majoritariamente de livros, vídeos e materiais disponibilizados na Internet, assim como de artigos científicos, dado que já era esperado, uma vez que o perfil de formação dos profissionais entrevistados na pesquisa está ancorado no ensino superior (incluindo a pós-graduação). Outro dado interessante é que se confirmou a pouca experiência da maioria dos(as) entrevistados(as) em outras modalidades ginásticas e uma maior experiência na área da Dança, o que ratifica, então, a relação entre a GPT e o universo artístico. A construção coletiva de coreografias ganhou destaque como a metodologia mais utilizada pelos(as) treinadores(as) em seus trabalhos e reafirmou-se a importância dos festivais ginásticos para a prática e fomento da GPT. O desenvolvimento de programas de formação continuada para treinadores(as) de GPT é um caminho desejável para uma melhor capacitação desses profissionais, e a pesquisa fornece indicadores importantes para a estruturação de planos e projetos para o alcance desse fim, por diferentes organizações que possuem tal missão
Citação: SCARABELIM, Maria Letícia Abud. Um diagnóstico da formação de treinadores brasileiros que atuam na Ginástica para Todos . 2019. 1 recurso online (157 p.). Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, Campinas, SP.