Editora EDUEM. Brasil 2019. 215 páginas.

Sobre

APRESENTAÇÃO
O interesse por investigações relacionadas à América Latina não é gestado casualmente. No que se refere a esta pesquisa, de modo particular, houve a necessidade de conhecer a educação física em países que, como o Brasil, sofrem processos de exclusão e controle eurocêntrico e norteamericano, a partir de mecanismos de regulação da economia, da educação, da saúde, do corpo, do esporte, dentre outros.

Como bem observa Canclini (2000, p. 67), os países da América Latina foram colonizados “[...] pelas nações europeias mais atrasadas [...]”, passando apenas por ‘ondas’ de modernização. Segundo o estudioso, fomos impulsionados, no fim do século XIX e início do XX, pela oligarquia progressista, pelos intelectuais europeizados; entre os anos de 1920 e 1930, pela expansão do capitalismo, contribuição de migrantes, difusão da escola, da imprensa e do rádio; a partir dos anos 1940, fomos seduzidos pela industrialização, pelo crescimento urbano, pelo maior acesso à educação e também pelas novas ‘indústrias culturais’. Contudo, adverte o pesquisador, essa modernização não se concretizou plenamente, sobretudo por seus impactos restritos, por uma democratização para minorias, assim como pela pouca efetividade das novas ideias em processos sociais. É o que Canclini denomina ‘modernismo sem modernização’.

Atualmente, acompanhamos, na América Latina, a luta pela afirmação dos sujeitos em suas diferenças étnicas, de gênero, sexuais, religiosas, de classe, expressas fortemente por meio dos movimentos sociais. Tais movimentos, afirmam Candau e Russo (2010), procuram minimizar injustiças, contribuir com o reconhecimento político e cultural e promover a igualdade de condições para o acesso democrático a inúmeros bens sociais. Eles têm um papel essencial à dinâmica das sociedades latino-americanas, haja vista que sua realidade histórica se deflagra pela negação do ‘outro’, seja ela física, seja simbolicamente construída.

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